Foi em Albergaria-a-Velha que a Alba nasceu (…)
[No início] era uma pequena oficina no centro da Vila (…) foi percorrendo Portugal inteiro, de lés a lés.
Às tantas, para onde fosse que nos virássemos, eram os ferros de engomar, os autoclismos, os pesos das balanças, os fogareiros e os fogões, as prensas de lagar, as roldanas dos poços, as bocas de rega, panelas e tachos à portuguesa e à inglesa – a Alba invadiu Portugal !
Augusto Martins Pereira não era um santo nem um demónio: - era um homem como nós somos, de carne e osso, ria e chorava, zangava-se e barafustava na fábrica (…)
Tinha desabafos que ficaram na história, a começar por um sopapo, por esfrangalhar uma camisa, e acabar por um “crivo enfiado” (...) de quem, logo à primeira mão, não lhe acertasse com a intenção ou não lhe respeitasse o andamento da perfeição.
No que toca do capítulo da benemerência, nele avulta a odisseia do Hospital (…) E a Casa da Criança e as Casas dos Magistrados. E em Sever do Vouga o Lar dos Idosos.
Promoveu igualmente a construção do “Bairro da Misericórdia” cujas casas independentes entre si e respectivos logradouros consegue ainda causar inveja a outras construções mais recentes.
“Albergaria muito lhe ficou devendo, no que foi um dos mais belos, senão o mais belo capítulo da sua crónica multicentenária, traduzindo em surto de progresso tão denso que haverá de constituir motivo de admiração para as gerações vindouras”, lia-se no Jornal de Albergaria na década de 60.
Augusto Martins Pereira pretendeu igualmente construir um Lar para Idosos em Albergaria-a-Velha, tendo adquirido, com dinheiro do seu bolso, a Quinta da Belavista onde presentemente funciona a Escola Secundária.
Fonte: J. Acúrcio em “Jornal de Albergaria” (adaptado) / Maria Conceição Baptista Soares
(Fotos digitalizadas por Eng. Duarte Machado)
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