Rui Tavares, investigador do Centro de Estudos de Arquitectura e Urbanismo da FAUP, natural de Aveiro, integrou a comissão científica da 1º conferência Filantropia e Arquitectura: período 1880.1920, organizada pela Universidade Lusíada de Lisboa.
Para além da sua intervenção ao nível das Keynotes,
o investigador do CEAU irá ainda participar como orador nesta conferência, com
a comunicação intitulada "ALBA - ALBERGARIA-A-VELHA | Ser e (re)Ser - Da
unidade fabril à unidade urbana - o projecto e a construção de uma
singularidade urbana entre sonho e a vida", com Ania Abrantes -
Arquitecta, mestre em Património e diplomada pelo CEAPA - FAUP.
Resumo da comunicação:
A Fábrica Alba, fundada em Albergaria -a-Velha ainda durante
o período da primeira república é, então, uma das indústrias metalúrgicas de
produção de materiais domésticos e equipamentos diversos que se apresenta como
uma unidade de ponta, em tecnologia e em projecto económico e social.
Dominada pelo seu fundador e principal técnico, Martins Pereira (Comendador) empresário empreendedor e de fortíssima consciência social e humana, a fábrica Alba vem a tornar-se em um caso de sucesso nacional, de grande nível económico, social e cultural, contribuindo, decisivamente, para conhecimento das características da indústria nacional fora de Portugal.
Dominada pelo seu fundador e principal técnico, Martins Pereira (Comendador) empresário empreendedor e de fortíssima consciência social e humana, a fábrica Alba vem a tornar-se em um caso de sucesso nacional, de grande nível económico, social e cultural, contribuindo, decisivamente, para conhecimento das características da indústria nacional fora de Portugal.
A sua carteira de encomendas permite-lhe
dominar, praticamente, o panorama nacional ao nível da produção de materiais de
consumo e equipamento doméstico, bem como de equipamentos diversos para os
espaços urbanos de Portugal (são, verdadeiramente, os primeiros desenhos e
produtos nacionais para os jardins e outros espaços das nossas cidades e
vilas).
Só por isso a sua importância é de uma notável afirmação e colhe um
lugar de destaque na economia nacional, entre a primeira república e o Estado
Novo; mas não foi só no panorama da produção industrial que o seu lugar se
evidenciou, pois a consciência do seu fundador, conhecedor informado e viajado
pela europa e pelo mundo, cedo se afirmou como uma distinção de carácter
empresarial e, então, acolhe uma obra pioneira (pela sua natureza e dimensão
urbana) no panorama nacional: a unidade fabril é a sede e o elemento gerador de
um conjunto de outros elementos e acções construtivos, tendo como objectivo
primeiro o bem estar da sua população operária e, como objectivo segundo, o bem
estar da população que habita a então "minúscula" e "paupérrima" vila de
Albergaria-a-Velha, situada na antiga estrada real, entre Aveiro, Águeda e
Coimbra; (...)
(...) assim, as unidades de residência dos operários e dos funcionários
superiores e dos donos da empresa, complementam o estádio de futebol, o
cine-teatro, o hospital, a casa da criança, as residências dos juízes,
desenhando uma estrutura urbana de facies modernista e já não, "nunca
mais", de facies oitocentista, afirmando a capacidade de estar no seu
tempo histórico estando em outros tempos históricos que se abriam como um
futuro sonhado e vivido.
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