Embora tenha sido fugaz a sua permanência [de Augusto Martins Pereira] nos EUA, ela repercutiu-se em Albergaria-a-Velha, não só a metodologia de trabalho e técnicas de fundição, mas também o design gráfico da marca.
Design gráfico da marca
Pressupõe-se que o Comendador Martins Pereira tenha traçado o logótipo da “ALBA” inspirado no símbolo da ASTM (American Society for Testing and Materials).
Com o símbolo ALBA a Fábrica Metalúrgica Augusto Martins Pereira tornou-se conhecida em todo o país. A denominação reunia as três primeiras e última letra da palavra ALBERGARIA, ou coloca-se também a hipótese de ALUMÍNIOS DE ALBERGARIA – ALBA.
De inspiração fortemente americana, a publicidade empresarial era fundamental para o desenvolvimento dos negócios. Não só o design da marca ALBA estava definido mas também o uso da publicidade gratuita e a localização da empresa em local estratégico (num aproveitamento das vias de comunicação) para o escoamento fácil dos produtos.
A implementação da unidade fabril junto da antiga estrada real e mais tarde da Nacional 1 torna-se, assim, imprescindível para o progresso empresarial. (...)
Publicidade
A publicidade foi o maior aliado da expansão do produto final a par da inquestionável beleza e singularidade da imagem do logótipo. O crescimento económico nacional, a publicidade em catálogo com recurso a slogans “Alba garantia de bom fabrico”, a participação em feiras, realização de exposições, localização estratégica da empresa e qualidade do produto proporcionaram, inquestionavelmente, o progresso empresarial.
Em 1934, a ALBA obtém a Medalha de Ouro na Exposição Industrial Portuguesa que se realizou em Lisboa. Este facto mostrou no mundo empresarial a qualidade da produção e perspectivou novos objectivos para a empresa. (...)
A acção concertada de gestão do Comendador e dos seus vendedores, da qualidade e pertinência do material criado foram sem dúvida os vectores para a manutenção de topo de venda dos produtos de qualidade.
A presença do Comendador em várias exposições: Ponta Delgada, Lisboa, Aveiro, entre outras traduziu-se na projecção da marca. A emissão de catálogos e apresentação minuciosa dos pormenores técnicos fazia parte do marketing empresarial. Era frequente surgir a informação: “ALBA” “ Fundições de ferro e ligas não ferrosas” a par da enumeração dos artigos produzidos. (...)
Escritório de Lisboa
A ALBA abre escritórios em Lisboa, na Rua dos Correeiros, 40-2º-E, sendo a gestão da responsabilidade de Albérico Martins Pereira, filho mais novo do Comendador.
África
No sentido da expansão comercial, em 1953 Albérico parte para Angola para aí estudar na companhia de técnicos, já da ALBA, a construção de uma fábrica de fundição, tornando-se administrador do Alumínio Português (Angola). Estabelece então parceria com a Lupral – Lusalite Previdente de Angola, maior consumidor de material complementar para equipamentos. (...)
Nota curiosa é o facto de, na Exposição Mundial, Expo 98, em Lisboa, o pavilhão de Angola apresentar na sua decoração o ferro de engomar da fábrica
Alba. Fonte: "A fábrica Alba e os seus fundadores - História e Património" de Dra. Nélia Oliveira (adaptado)
Sem comentários:
Enviar um comentário