segunda-feira, 10 de março de 2014
A segunda vida da marca Alba
Pedro Martins Pereira comprou a marca e os produtos de catálogo da histórica metalúrgica Alba, tendo já investido mais de meio milhão de euros para dar uma segunda vida à empresa fundada pelo bisavô, em 1921, falida no final dos anos 1990.
Fabricante dos icónicos bancos de jardim, bocas de incêndio ou colunas de iluminação em ferro fundido que ainda hoje se encontram em cidades, vilas e aldeias portuguesas e estrangeiras, esta indústria marcou uma era em Albergaria-a-Velha, onde empregou 700 pessoas e construiu cine-teatros, hospitais, um lar de terceira idade, um bairro com 50 casas, um infantário, uma banda de música e... o Sport Clube Alba, que em 20 de Outubro de 2013 disputou no estádio de Alvalade a eliminatória da Taça de Portugal com o Sporting.
Com a designação "ProjectoALBA", passa agora a fazer parte do universo da Larus, produtora de mobiliário urbano sediada neste concelho do distrito de Aveiro, que fechou o negócio com a Durit. Este grupo tinha comprado a metalúrgica em Abril de 2001, pouco mais de um ano após a falência, detinha 90% do capital e fica agora apenas com a componente das peças técnicas.
O administrador da Larus, Pedro Martins Pereira, explicou ao Negócios que seleccionou apenas 17 dos mais de 700 produtos em catálogo, apostando "naqueles que tinham interesse comercial e numa perspectiva de começar também a desenvolver novos produtos".
Esta nova área de negócio da Larus, que factura metade dos 2,5 milhões de euros no estrangeiro, está dividida em três segmentos. Apenas no de mobiliário urbano manterá, em exclusivo, as peças tradicionais, como os bancos de jardim e os candeeiros de rua verdes.
Nas outras duas acrescentou produtos "com a preocupação de actualizar a tecnologia e ter modelos bem desenhados, como a Alba fazia antigamente", completou o gestor. No aquecimento doméstico a lenha terá à venda, já neste Inverno, um recuperador de calor desenhado pelo arquitecto Souto Moura e uma salamandra da autoria de Francisco Providência, por muitos considerado o melhor designer português da actualidade.
Na área das águas e saneamento, aos clássicos como as bocas de incêndio juntará, por exemplo, tampas de saneamento fabricadas em resina para diminuir os roubos, já que oferecem a mesma resistência, mas um valor comercial inferior.
Foram estas "áreas de negócio possíveis de recuperar" – e não só a ligação emocional com a fábrica onde "brincava quando era miúdo" – que motivaram o empresário albergariense (e "sportinguista de coração") a recuperar esta "marca fortíssima".
Com o benefício de "uma sinergia grande" ao integrar a Larus, que tem um gabinete de seis designers e presença internacional em países como Inglaterra, Bélgica, Alemanha, Angola, Roménia ou Marrocos.
Fonte: Jornal de Negócios
Video sobre a histórica metalúrgica Alba
Em tempos socialmente agitados e e em vésperas do Sporting – Alba, para a Taça de Portugal, a Renascença revisita a empresa que esteve na origem da equipa que jogou em Alvalade.
A Alba - de que actualmente só resta a marca – foi uma das fábricas mais robustas e inovadoras do panorama industrial português do século passado. Nos anos 40 e 50, patrões e trabalhadores, ergueram na região centro, uma obra que ultrapassou em muito as paredes da fábrica de Albergaria-a-Velha:
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